Eis-nos chegados ao dia do solstício de inverno, (dia 21 de dezembro no hemisfério norte e 21 de junho no hemisfério sul), sendo o dia da maior noite do ano.
Por marcar a mudança de estação, muitas religiões consideram estes dias como mágicos, realizando-se alguns rituais e algumas cerimónias em que se davam as boas vindas à nova estação. O solstício de inverno estava muito associado ao fim da escuridão, das trevas, dando início a um novo ciclo de dias maiores, a saída do mundo dos mortos, das longas noites escuras, marcando a chegada da luz, do dia, do sol, onde a terra se regenera. Era por esse motivo que na Antiguidade se celebravam neste dia muitas cerimónias de iniciação tendo como significado simbólico do renascimento. No Antigo Egito era também neste dia de solstício que eram reiniciados os faraós. As próprias pirâmides terão sido construídas em alinhamento para receber o Sol de frente à porta de entrada, exatamente no dia do solstício de Inverno. Assim como Stonehenge, na Inglaterra, um dos mais famosos sítios arqueológicos do mundo – cujo megalito, que poderá ter sido posicionados numa terra estéril, no sul da Inglaterra. Terá sido construído entre 3000 e 2000 AC, ao longo de cerca de 1500 anos, numa série de várias fases principais. Aqui quando o sol se põe no solstício de inverno, os seus raios alinham-se com a pedra do altar central, dando ao momento um verdadeiro misticismo.
Muitos outros rituais pagãos subsistem e são renovados neste dia sobretudo no norte da Europa, como é o caso da festa do Jul ou Yule, uma das mais importantes festividades pagãs do nórdicas, cujas tradição se perde na origem dos tempos.
O Jul significava a luz num mundo de trevas. No noite do solstício, longa e escura, faziam-se oferendas aos deuses e e homenageava-se a mãe natureza, com a finalidade do inverno poder passar rapidamente. As casas decoravam-se com ramos verdes e faziam-se fogueiras, reunindo-se à volta a família. O fogo era considerado um símbolo da luz e da vida.
Um pouco por todo o mundo encontramos vestígios de rituais que celebram este período do ano, tanto nos índios americanos, como bem mesmo no nosso país, na região transmontana, nos célebre rituais de inverno associados às conhecidas festas dos rapazes, envolvendo figuras “demónicas e pantomineiras mascaradas”, que celebram os antigos ritos de “fecundidade e abundância”.